O Cometa Halley: O Viajante Mais Famoso do Sistema Solar
Entre todos os corpos celestes que cruzam nosso céu, poucos capturaram a imaginação da humanidade como o Cometa Halley. Visível da Terra aproximadamente a cada 76 anos, ele é um dos cometas mais famosos da história – não só por sua beleza, mas também por seu papel na ciência e na cultura.

O que é o Cometa Halley?
O Cometa Halley (1P/Halley) é um cometa periódico — ou seja, um cometa que orbita o Sol em intervalos regulares. Seu nome homenageia o astrônomo britânico Edmond Halley, que, no século XVIII, foi o primeiro a prever corretamente o retorno do cometa com base em registros anteriores (de 1531, 1607 e 1682).
Ele foi o primeiro cometa a ser reconhecido como um objeto recorrente, e por isso também é um marco na história da astronomia moderna.
Por NASA/W. Liller - NSSDC's Photo Gallery (NASA)
Características do Halley
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Órbita: altamente elíptica, o Halley viaja desde a órbita de Vênus até além de Netuno.
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Período orbital: cerca de 75 a 76 anos.
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Tamanho do núcleo: aproximadamente 15 km de comprimento por 8 km de largura.
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Velocidade: cerca de 54 mil km/h quando se aproxima do Sol.
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Origem: acredita-se que venha da nuvem de Oort ou do cinturão de Kuiper, regiões repletas de corpos gelados nos confins do Sistema Solar.
O Halley e suas visitas à Terra
O Halley já foi observado por diversas civilizações:
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240 a.C. – Primeiro registro conhecido, feito por astrônomos chineses.
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1066 – Registrado na tapeçaria de Bayeux, associando-o à invasão normanda da Inglaterra.
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1835 e 1910 – Causou fascínio e medo, especialmente na passagem de 1910, quando se temia que a Terra passasse por sua cauda (inclusive com vendas de "pílulas anti-gás venenoso").
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1986 – Última passagem visível da Terra, registrada por sondas como Giotto (ESA), Sakigake e Suisei (Japão) e Vega (URSS).
O que aprendemos com ele?
A passagem de 1986 marcou um divisor de águas na exploração espacial de cometas. As sondas enviadas até ele revelaram:
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A estrutura irregular e escura de seu núcleo;
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A composição da cauda: principalmente poeira, vapor d’água, monóxido de carbono e gás cianeto;
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A interação entre o cometa e o vento solar.
Essas observações foram cruciais para compreender melhor a origem e evolução do Sistema Solar.
Quando será visível novamente?
O Cometa Halley retornará ao interior do Sistema Solar e estará visível da Terra por volta de julho de 2061. Na ocasião, ele será mais brilhante do que em 1986, pois estará mais próximo do Sol (periélio) e da Terra.
Enquanto isso, sua “pegada” continua entre nós: as chuvas de meteoros Eta Aquáridas (maio) e Orionídeas (outubro) são causadas por detritos deixados pelo Halley em passagens anteriores.
Curiosidades
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Mark Twain nasceu pouco depois da passagem do Halley em 1835 e morreu no dia seguinte à sua passagem em 1910 — ele mesmo dizia que “veio com o cometa e iria com ele”.
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Foi o primeiro cometa observado por instrumentos espaciais.
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O Halley não colidirá com a Terra — sua órbita está bem definida.
Por Desconhecido - Popular Science Monthly Volume 76
O que veremos em 2061?
Especialistas preveem que, em 2061, o Halley poderá ser visível até durante o dia, com brilho equivalente ao do planeta Vênus. Será uma oportunidade única para a nova geração — e um espetáculo astronômico imperdível.
Conclusão
O Cometa Halley não é apenas um fenômeno celeste: ele é um mensageiro do tempo, um lembrete cósmico de que o universo tem seu próprio ritmo e memória. Cada retorno é um convite à contemplação, à ciência e à renovação do nosso fascínio pelo espaço.